sábado, 8 de novembro de 2008

Burrice ou comodidade?


Foi realmente assinada a nova reforma ortográfica. Como professora de nossa língua Portuguesa, pasmei à primeira vez que soube da possibilidade disto acontecer, mas, porém, contudo e todavia (redundantemente, por favor!) o Lula-Tentáculos foi à ABL e assinou o que penso ser o atestado de preguiça e incapacidade.
A mudança para com acentos, incluindo os diferenciais, hífen, trema e outros, pode ser o caos aos que escrevem/lêem normalmente, e aprenderam com a Tia "Coisinha" as regras de acentuação, tonicidade das sílabas nas palavras...

Veja por exemplo o caos a que me referi, diante de palavras de acento diferencial (ISSO MESMO: DIFERENCIAL!):

Ela pode ajudar você. - tempo presente
Ela pôde ajudar você? - tempo passado
Pára, João! - verbo parar
Para João. - preposição

O tempo na escola parece perdido, e mais ainda quando pensamos que ensinar isso não tem importância, salvo concursos que se prendem a essas matérias para criar questões capciosas.

Como educadora, vejo a falta de objetividade deste plano, mais ainda, a falta de "vontade" de criar mudanças eficazes na educação de forma geral e concreta.

Mediante a tal fato, gostaria de saber o que você pensa. Concorda com a mudança? Será toda mudança um quê radical que provoca estranheza momentânea e cai no costume e hábito de ignorá-la?

Eis a questão lançada, divida suas idéias também!
Tenha um bom final de semana!

Alinne Leal.

6 comentários:

Anônimo disse...

Sou a favor de uma unificação da gramática da língua portuguesa. Eu não acredito em um português "nosso", "brasileiro". Acredito que a língua portuguesa não pertence a um só país, mas a toda a comunidade que o pratica. E, principalmente, acredito que a língua seja uma só.

Entendo essa unificação como um esforço, por parte dos falantes, de convergirem, de se aproximarem, de se comunicarem melhor e de preservarem o idioma como patrimônio que é. Como já disse, trata-se de um esforço, leia-se desagradável, com uma finalidade justa e nobre (isto na minha opinião).

Não que eu goste das mudanças. Exemplo: eu amo o trema! Acho lindo! Como explicar a uma criança, por exemplo, por que "linguiça" tem o som do U e "enguiçar" não tem? Dizer que "Todo mundo fala assim e se perguntar de novo todos os cachorrinhos do mundo vão explodir"?

Precisamos deixar de ser egoístas e aprender a ceder um pouco mais. O Português não é só do Brasil. Falando um só idioma, de fato, nos tornamos mais unidos, mais próximos, como uma só comunidade.

Não acredito no argumento vazio que diz que perderemos nossa identidade, nossas particularidades, com essa mudança. Continuaremos sendo brasileiros autênticos que falam português. Nossa cultura não sai perdendo. Isso é o que eu acho.

Anônimo disse...

Acho que estamos acostumados com a complexidade da nossa língua. Outras tantas línguas, mundo afora, não possuem tamanho grau de especificidade das expressões, acentuações, pontuações. Não consigo mediar exatamente o que é comodidade, o que é justo ou o que é burrice, nesse caso.

gui makoto disse...

Em parte sou a favor de alguns como no caso de vôo e voo, isso tem como diferenciar. Já no caso exposto por você é falta de bom senso, pois é muito mais fácil na leitura você observar o acento e dar a intonação do que parar, analisar a vírgula, reler e ver se tem ou não acento..

Não acho que o problema para os pequenos vá ser grande, mas a dificuldade na hora da escrita se relacionar com a fala vai ser maior..
Mas vai ser pior para quem já tinha o costume de escrever com o acento e terá que abandoná-lo.

beijo!

Andanhos disse...

Oi, Alinne.
A proposta de unificação da língua é válida, mas algumas das mudanças ortográficas realmente não têm sentindo.
Parece que se está privilegiando a forma até então incorreta de se escrever. Por pura preguiça e falta de valor a nossa língua!
E nós, que procurávamos escrever bem, com todos os acentos, tremas e hífens no lugar certo, a partir de agora não sabemos mais escrever.
Se quiser, veja meu post sobre o assunto: http://andanhos.blogspot.com/2008/09/como-que-se-escreve.html
Beijos.

Tatiana Lazzarotto disse...

Oi, Alinne!
Então, me formei em Letras também e, apesar de não estar atuando, acredito que posso dar meu parecer como "professora". Assim como o Marcel, acho que a reforma é positiva pelo fato de unificar a língua dos países que falam português.
Outra coisa. Há alguns anos, escrevia-se bôlo, vêzes e flôr.

Muitas pessoas devem ter achado o cúmulo quando os acentos caíram e hoje vivemos perfeitamente sem eles.

Eu acho que vou achar minha vida toda que ideia está escrito errado, além de todas as outras palavras. Não sei se vou suportar de imediato viver sem o trema. Ó céus! Hehe Mas acredito que mudanças são positivas e essa tem alguns objetivos concretos (como já falei).

Como disse Camões,

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades (...)

Beijos
www.tatilazz.zip.net
www.mulheresdeathenas.blogspot.com

Isabela Martinez Milanezzi disse...

Apesar de concordar com a reforma ortográfica por diversos motivos, eu ainda não sei como vou deixar de escrever "Pára!".


Adorei o blog.
Tenha um ótimo 2009 !