Marcelo D2 e sua contribuição para a Fonoestilística

A música brasileira possui um caráter de riqueza excepcional. E aprofundando algumas técnicas no estudo das línguas, somos capazes de perceber o quanto ela contribui para nossos estudos lingüísticos.Um artista que contribui involuntariamente é o cantor Marcelo D2. Mistura o Rap com o Samba de forma muito peculiar, e vem agradando bastante críticos, amadores, amantes da música.Meu intuito agora, é de mostrar um pouco desta contribuição no estudo da Fonoestilística, com exemplos bem marcados de que se pode trabalahar com suas músicas neste campo tão interessante da Fonética.

Vejamos então alguns trechos de músicas:

"...Os mandamentos que eu sigo são da Zulu Nation
E mesmo que não deixem
E ainda que se queixem
As portas que se abrem compadre
Nunca mais f(ê)cham"
[Música: Vai vendo]

- Análise: Para conseguir rimar com a palavra "Nation" que é em inglês e portanto trazendo uma grande complicação para encontrar som semelhante, Marcelo fecha o som do "e" na palavra "fecham", que deveria ter som aberto, pelo fato de ser um carioca falando.
O nome mais técnico para este efeito sonoro é: Ortoépia - que seria um problema ou desvio na pronúncia, mas que neste caso foi proposital para causar a rima.

“...O melhor som da praça
O cabo racha o muro
Agudo quebra a vidraça
Na vida tudo passa
Não é nada que cê faça...”
[Música:Maldição do Samba]

-Análise: Já aqui além do problema de pronúncia (Ortoépia) há também a repetição do som "s" (Aliteração) e formando (Grupo de força) em "cê faça".

Bom pessoal, é isso...A música em função dos estudos acadêmicos!
Se conhecerem outros exeplos, mandem suas informações!

Até à próxima postagem!